A competência da construção civil e imobiliária

Para ilustrar a competência com que o setor da construção civil e imobiliária vem respondendo ao chamamento do governo federal ao programa Minha Casa, Minha Vida, recordo alguns fatos que ocorreram no final do século passado e alguns outros que estão acontecendo neste ano.


A partir de 1997, o governo “decretou” que a solução para combater o deficit habitacional do País seria a Carta de Crédito Individual do FGTS, modalidade que após mais de 12 anos se mostrou inócua na solução do deficit. Com a possibilidade de as incorporadoras e construtoras operarem com a Carta de Crédito Associativo e, posteriormente com o Prodecar – extinto logo em seguida –, no ano 2000 o setor atingiu o auge da produção imobiliária formal com a contratação de pouco mais de 42 mil unidades. Em seguida, os programas, em função de dificuldades adicionais, foram definhando e até o ano passado não conseguimos mais alcançar a produção do ano 2000.


Na reunião da Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção de julho passado, em Maceió, a Caixa apresentou o primeiro balanço do programa datado de 24 de julho, e os números eram os seguintes: 950 empreendimentos cadastrados (188 mil unidades), 157 empreendimentos aprovados e um total de 22.812 unidades contratadas (inclusive operações de balcão). Já no 81º Encontro Nacional da Indústria da Construção do Rio de Janeiro, a Caixa apresentou números de agosto, a saber: 1.430 empreendimentos cadastrados (276 mil unidades), 245 empreendimentos aprovados com 41.478 unidades contratadas (inclusive operações de balcão).
Em reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo no dia 2 de outubro (pp. B3), a Caixa informou que recebeu 1.862 propostas de empreendimentos enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida para a construção de mais de 355 mil unidades somando R$ 22,9 bilhões.

Até 29 de setembro, segundo a matéria, foram aprovados 343 empreendimentos equivalentes a 78.212 unidades e R$ 5,1 bilhões, inclusive operações de balcão. Uma análise rápida dos números demonstra que a Caixa contratou em agosto 88 empreendimentos com 18,6 mil unidades, e em setembro, 98 empreendimentos totalizando 36,7 mil unidades. Nesses números estão incluídas as operações de balcão.
Somente a análise dos números de agosto e setembro deixa claro que, em primeiro lugar, a pronta resposta da construção civil e imobiliária ao programa está acima da mais otimista das projeções, pois em menos de seis meses(o programa iniciou em 13 de abril), apresentou mais de 1.800 propostas de empreendimentos à Caixa. Em segundo lugar, mostra que para que o banco alcance sua meta de contratação de 400 mil unidades até 31 de dezembro próximo seria necessária uma contratação mensal de no mínimo 107 mil unidades até o final do ano. Será muito difícil alcançar esta meta em função de diversos fatores, agravados por uma greve fora de hora dos bancários, e uma “revolta” da Aneac (Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa) com a contratação de profissionais terceirizados como forma de suportar os serviços adicionais originados pelo programa à instituição. O fato de não contratarmos as 400 mil unidades até 31 de dezembro não é o mais importante disso tudo.

O fundamental é a demonstração de que a construção civil imobiliária quando é instada de forma clara e objetiva a auxiliar no crescimento do País, demonstra sua maturidade e, mais do que isso, mostra que está pronta para encarar desafios de médio e longo prazo, assim como as empresas mexicanas. A diferença está na qualidade dos produtos imobiliários brasileiros, muito superiores aos do México.


Fonte: Secovi-SP

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