Condomínio Global Tower

Edifício em Vitória, foi concebido com volumetria e estrutura diferenciadas, para não interferir na paisagem local

RESUMO
Obra: Global Tower
Localização: av. Nossa Senhora dos Navegantes (frente) e av. Belmiro Siqueira, 201 (fundos), Vitória
Área do terreno: 6.681,00 m²
Área construída: 36.895 m²
Data de projeto: 2006
Construção: setembro 2006 a setembro de 2009
Área estrutural: 48.000 m²
Concreto: fck 30 MPa
Aços: CA-50 E CP190 RB
Lajes planas protendidas: 22 cm de altura
Contraventamento: paredes estruturais



Quando, em 1895, o engenheiro e sanitarista Saturnino de Brito desenhou o traçado da av. Reta da Penha - hoje av. Nossa Senhora da Penha -, em Vitória, como parte do plano urbano Grande Arrabalde, lançou também uma determinação que impedia, na área formada por um cone, construções que pudessem vir a obstruir a bela vista do complexo da Igreja e Convento da Penha, em Vila Velha, tombado em 1943 pelo Iphan (Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Hoje, passados mais de 60 anos, a área vive uma "febre" imobiliária, principalmente na Enseada da Praia do Suá, o que tem levado ao embargo de alguns empreendimentos imobiliários, mas também tem aguçado a criatividade de arquitetos, como maneira de vencer os obstáculos da legislação.

Um caso muito emblemático desse dilema entre crescimento imobiliário e urbanismo em Vitória é o edifício Global Tower, do arquiteto Kennedy Vianna. Para valorizar a vista da Reta da Penha, assim como atender às exigências do cliente, a Galwan, que demandava um edifício essencialmente para uso corporativo, com o melhor aproveitamento possível do potencial construtivo do terreno, Vianna concebeu um edifício com escalonamento mais largo do que o exigido pelo Iphan. Em vez de reduzir o número de pavimentos do empreendimento, a proposta arquitetônica conseguiu distribuir 24 andares, com todas as suas unidades voltadas para a baía de Vitória, preservando vistas e o entorno, e minimizando possíveis impactos, graças a um conceito estrutural diferenciado e ao tipo de implantação adotada, virada para o Sudeste, considerando o cone de visão.

Para alcançar o desenho escalonado e o número de pavimentos desejado, o projeto estrutural, assinado pela capixaba MCA e homenageado com o Destaque Abece 2007, especificou o sistema de lajes protendidas com cordoalhas engraxadas. "Funciona como uma ponte pênsil, as cargas ficam penduradas", explica o engenheiro calculista Carlos Augusto da Gama, da MCA.

Como as lajes de cada pavimento iriam reduzindo de tamanho, irregularmente, seria necessário o uso de vigas de transição e de pilares intermediários - um verdadeiro paliteiro. No entanto, o sistema sugerido pela MCA trabalha em conjunto com pilares inclinados em várias direções e ângulos, eliminando a necessidade de vigas e pilares intermediários. A proposta adotou, entre os eixos dos pilares das garagens, lojas e salas, um módulo de 9,5 m x 7,2 m.

Clique aqui e veja o passo-a-passso completo.

Fonte: Techné

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