Segmento de construção prevê retomada em 2010

Os consumidores de máquinas para construção pesada estão prevendo um cenário bem mais ameno para o setor depois da retração de 20% na demanda do setor este anos, e do crescimento de 46% registrado em 2008. Segundo estudo da Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos para Manutenção (Sobratema), que reúne empresas como Odebrecht, Camargo Corrêa e Vale, o setor prevê crescimento de 24% na procura por máquinas em 2010, mais do que compensando a queda de 23% projetada para 2009.

Mas a melhor notícia para os construtores e outros consumidores de máquinas é que dessa vez o crescimento não será acompanhado de aumento dos preços e filas de espera. Segundo Mário Humberto Marques, diretor da Sobratema e executivo da Andrade Gutierrez, houve um momento em 2008 em que o aluguel de um guindaste, normalmente obtido em três meses, dependia de uma fila de até dois anos. Outros equipamentos, obtidos em dias, levavam meses para aparecer. O resultado eram preços até duas vezes mais altos na locação.

Em 2010, mesmo com a volta do crescimento e dos investimentos pesados em infraestrutura, é pouco provável que o cenário de 2008 se repita, diz o executivo. O mercado da chamada "linha amarela" - máquinas da construção pesada - é relativamente internacionalizado, e a demanda nos países emergentes, Brasil incluído, não deve compensar a queda de 60% na demanda verificada nos EUA e Europa.

Para Eurimílson João Daniel, da locadora de equipamentos Escad, as vendas já voltaram a se recuperar no segundo semestre, e a demanda interna está em alta. Mas, diz Daniel, isso deve ter impacto limitado sobre a indústria local: cerca de 70% da produção nacional é exportada. Além da crise internacional, o setor está preocupado com o câmbio, que deve atrair produtos importados.

Fonte: Valor Econômico e ADEMI-RJ

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