O Brasil tem um novo olhar sobre a Terceira Idade: uma nova sociedade de consumo

A população idosa que por muito tempo viveu o isolamento, sofreu com o preconceito e com a falta de interesse, agora esbanja vitalidade e começa a participar cada vez mais da economia do país. Se o carinho e a atenção merecidos ainda não haviam sido conquistados, agora as estatísticas impõem respeito. Vamos à evolução. Em 2007, os clientes do Itaucard com 60 anos ou mais já respondiam por 10% das compras feitas com cartão de crédito (R$ 8,4 bilhões). Dados recentes do IBGE revelam que o Brasil está cada vez mais “velho”. A Terceira Idade representa 8,6% da população brasileira, ou seja, 15 milhões de pessoas. A nossa configuração populacional se alterou rapidamente e o Brasil tornou-se um país jovem de cabelos brancos. Cada vez mais, os nossos queridos velhinhos farão parte do cotidiano. Precisamos mudar, em definitivo, a imagem que se constrói da pessoa idosa.

É duro admitir, mas uma sociedade em transformação como a nossa ainda não superou o preconceito de que a pessoa que envelhece torna-se, automaticamente, incapaz. Visão ultrapassada que não reflete a realidade. Em 2000, os mais velhos já representavam 62,4% dos domicílios brasileiros, e 54,5% dos idosos chefes de família viviam com seus filhos e os sustentavam. Dados como esses mostram sua força na economia e mais: as pessoas dependem deles. O perfil espirituoso desses jovens velhinhos indica uma vocação acima da média para o consumo. A maturidade e a estabilidade econômica fazem deles pragmáticos na escolha, optando sempre por produtos de qualidade.

De olho nas estatísticas, o mercado imobiliário não resistiu à demanda taylor made. As incorporadoras Stan e RFM lançaram o Hilea para suprir a escassez de serviços e atendimento inadequado com projeto vencedor do Prêmio Master. Na sequência, a Tecnisa desenvolveu sua proposta senior friendly com menos escadas e mais rampas, portas e corredores mais largos, pisos antiderrapantes, entre outros detalhes.

Na era da segmentação e das redes sociais fragmentadas, a Terceira Idade é um exemplo evidente do surgimento de novas sociedades de consumo. Movimento que está promovendo profunda alteração no processo de desenvolvimento de novos produtos. Nós, profissionais de comunicação, temos que parar de pensar coletivamente, aguçar a percepção do mundo e abusar do uso de ferramentas de pesquisa para captar, em detalhes, os anseios e necessidades de públicos específicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário