
O Globo e Grupo Estado integram mídias digitais e impressos
Os jornais impressos vêm sofrendo diminuição de assinaturas, vendas avulsas e também de anunciantes diante do crescimento da internet. Este cenário mostra ainda que o leitor também mudou de comportamento, pois passa a buscar a interatividade on-line em cada acesso às notícias. Desta forma, o departamento de Marketing dos veículos impressos e digitais começa a desenvolver estratégias para o crescimento do jornal impresso junto à versão digital do mesmo veículo.
Um dos motivos para a queda das vendas dos impressos é, além da versão digital do mesmo, os jornais populares. Estes formatos estão ganhando espaço em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, mas engana-se quem pensa que os sites de notícias substituirão o velho jornal impresso. De acordo com Bruno Thys, diretor de unidade de jornais populares da Infoglobo, o “papel” segue firme o seu caminho e coloca os sites como ferramentas complementares aos jornais.
Circulação de impressos cresce no Brasil
De acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulação), entre maio de 2008 e 2009, o Brasil registrou 12,7% de aumento na circulação de edições digitais de jornais, mas o montante atual de circulação das versões on-line representa apenas 0,14% do universo total do meio Jornal, incluindo os impressos. Já o desempenho de circulação dos impressos no país em 2008 foi acima da média mundial, com crescimento de 5% contra 1,3% no mundo. Só em 2007 o índice nacional de circulação de impressos cresceu 11,8%, segundo dados do IVC.
Porém, devido a situação econômica do Brasil no primeiro trimestre deste ano, houve queda de 1,6% na circulação de impressos se comparado ao mesmo período de 2008. Mas já é possível ver a retomada, pois em março deste ano foi registrado um aumento de circulação de 0,7%. No primeiro trimestre de 2008, o Brasil mostrou crescimento de 8,1% na circulação de impressos em relação ao mesmo período de 2007. Em média foram 4.392.281 exemplares circulando diariamente no país contra 4.062.307 em 2007.
Quando há uma diminuição no número de clientes de uma empresa, é normal que se acenda o alerta e que se procure alternativas para manter os que ainda estão na base. Mas não necessariamente no caso de O Globo. O jornal sofre uma queda suave de assinantes que é vista como saudável para o diretor de negócios da unidade O Globo, Ricardo Vezo, já que em alguns casos os assinantes corporativos não são rentáveis para a empresa.
Assinantes como foco das estratégias
A diminuição de assinaturas de jornais impressos é visível ultimamente e para o Grupo Estado este cenário é uma tendência no mundo. Porém, no Brasil, os patamares de queda dos impressos estão amparados por uma reestruturação, já que o país passa por um momento de crescimento, segundo Silvio Genesini, CEO do Grupo Estado. “Não acho que vamos voltar para a circulação que era feita em 1990, mas a circulação será ideal para mais modelos de negócio”, diz Genesini em entrevista ao Mundo do Marketing.
Apesar da queda de circulação dos impressos, os veículos continuam investindo em diferenciais para manter os assinantes satisfeitos com o serviço. “É uma combinação de coisas. Um produto relevante, de linguagem acessível, de ampla cobertura local e de postura mais jovial. Mesmo com estas características, a transformação no modo de entregar os jornais deve acontecer aos poucos, em processo de adaptação sob o olhar multimídia do assinante”, acredita Genesini.
Diante do cenário de queda das assinaturas, o jornal O Globo investe no produto através de qualidade e credibilidade. “Estamos permanentemente buscando o aprimoramento. Cadernos que eram mensais se tornaram quinzenais. Investimos em coberturas especiais, além da qualidade do serviço de entrega e atenção nos horários”, conta Ricardo Vezo, diretor de negócios da unidade O Globo.
Ameaça também vem "de baixo"
Além dos meios digitais, os jornais impressos sofrem cada vez mais com a chegada dos tablóides populares e esta é uma característica que vem se firmando no mercado nacional. “No Brasil há um fenômeno novo, que está na contramão do mundo: os jornais populares. Nos três últimos anos houve um crescimento considerável na circulação total destes jornais assim como dos populares compactos (tablóides), principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul”, aponta Bruno Thys, diretor de unidade de jornais populares da Infoglobo, em entrevista ao site.
O valor do papel hoje para o leitor que possui acesso a qualquer conteúdo na internet está baseado na edição e na variedade temática, segundo Thys. “Nos jornais impressos, o leitor recebe o conteúdo selecionado e editado, o que o difere da oferta de material jornalístico presente nos meios digitais”, afirma. Atualmente sob o conceito “Nós e você já são dois gritando”, o jornal O Globo pretende alçar o crescimento do jornal impresso através de novos canais de venda, ofertas e promoções com preços adequados para cada perfil de leitor. “Umas das saídas é a assinatura digital que foi criada para atingir públicos geograficamente inalcançáveis”, diz o diretor de negócios da unidade O Globo.
Assim como no O Globo, o Estado de São Paulo já integra as mídias digitais e impressos. As redações estão unidas apesar de terem lideranças específicas e a tendência é de que se tornem cada vez mais integradas, diferente dos departamentos comerciais, que ainda seguem separados. “Será cada vez mais comum que estas empresas criem projetos voltados para outras mídias”, ressalta o CEO do Grupo Estado.
Perfil e relacionamento
O perfil do assinante de O Globo mostra um consumidor qualificado, de classe A e B. Mas este assinante deixa de ser um só quando em família e isto acarreta em um mix de leitores com acesso ao jornal impresso. “Já houve um tempo em que a internet era um inimigo. Hoje a postura mudou porque somos uma marca de jornalismo multiplataforma e a Internet só fez ampliar o canal para captação e retenção de clientes”, afirma Vezo.
O jornal impresso O Estado de São Paulo, assim como sua versão digital, possui características bem definidas para o leitor. Segundo Genesini, o impresso tem matérias com mais profundidade, trás os principais furos, e há uma determinação para que as principais notícias sejam veiculadas primeiro no impresso e só depois no digital. “Dependendo do tipo de notícia, lançamos no site primeiro. Mas somente no caso de uma notícia que possa ser veiculada por outro jornal e que seja relevante", explica.
Para o crescimento do jornal impresso, o Grupo Estado aposta na relação com assinantes para associar a marca ao leitor. Além disso, o Grupo realiza estratégias multimídias tanto para o impresso quanto para o digital. “Temos iniciativas nas mesmas direções para os dois modelos de jornal. Desde conteúdo como classificados, publicidade, guias, cobertura de economia e negócios, rádio, entre outras novidades que serão divulgadas nos próximos meses”, completa Silvio Genesini, CEO do Grupo Estado.
Fonte: Mundo do Marketing
Os jornais impressos vêm sofrendo diminuição de assinaturas, vendas avulsas e também de anunciantes diante do crescimento da internet. Este cenário mostra ainda que o leitor também mudou de comportamento, pois passa a buscar a interatividade on-line em cada acesso às notícias. Desta forma, o departamento de Marketing dos veículos impressos e digitais começa a desenvolver estratégias para o crescimento do jornal impresso junto à versão digital do mesmo veículo.
Um dos motivos para a queda das vendas dos impressos é, além da versão digital do mesmo, os jornais populares. Estes formatos estão ganhando espaço em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, mas engana-se quem pensa que os sites de notícias substituirão o velho jornal impresso. De acordo com Bruno Thys, diretor de unidade de jornais populares da Infoglobo, o “papel” segue firme o seu caminho e coloca os sites como ferramentas complementares aos jornais.
Circulação de impressos cresce no Brasil
De acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulação), entre maio de 2008 e 2009, o Brasil registrou 12,7% de aumento na circulação de edições digitais de jornais, mas o montante atual de circulação das versões on-line representa apenas 0,14% do universo total do meio Jornal, incluindo os impressos. Já o desempenho de circulação dos impressos no país em 2008 foi acima da média mundial, com crescimento de 5% contra 1,3% no mundo. Só em 2007 o índice nacional de circulação de impressos cresceu 11,8%, segundo dados do IVC.
Porém, devido a situação econômica do Brasil no primeiro trimestre deste ano, houve queda de 1,6% na circulação de impressos se comparado ao mesmo período de 2008. Mas já é possível ver a retomada, pois em março deste ano foi registrado um aumento de circulação de 0,7%. No primeiro trimestre de 2008, o Brasil mostrou crescimento de 8,1% na circulação de impressos em relação ao mesmo período de 2007. Em média foram 4.392.281 exemplares circulando diariamente no país contra 4.062.307 em 2007.
Quando há uma diminuição no número de clientes de uma empresa, é normal que se acenda o alerta e que se procure alternativas para manter os que ainda estão na base. Mas não necessariamente no caso de O Globo. O jornal sofre uma queda suave de assinantes que é vista como saudável para o diretor de negócios da unidade O Globo, Ricardo Vezo, já que em alguns casos os assinantes corporativos não são rentáveis para a empresa.
Assinantes como foco das estratégias
A diminuição de assinaturas de jornais impressos é visível ultimamente e para o Grupo Estado este cenário é uma tendência no mundo. Porém, no Brasil, os patamares de queda dos impressos estão amparados por uma reestruturação, já que o país passa por um momento de crescimento, segundo Silvio Genesini, CEO do Grupo Estado. “Não acho que vamos voltar para a circulação que era feita em 1990, mas a circulação será ideal para mais modelos de negócio”, diz Genesini em entrevista ao Mundo do Marketing.
Apesar da queda de circulação dos impressos, os veículos continuam investindo em diferenciais para manter os assinantes satisfeitos com o serviço. “É uma combinação de coisas. Um produto relevante, de linguagem acessível, de ampla cobertura local e de postura mais jovial. Mesmo com estas características, a transformação no modo de entregar os jornais deve acontecer aos poucos, em processo de adaptação sob o olhar multimídia do assinante”, acredita Genesini.
Diante do cenário de queda das assinaturas, o jornal O Globo investe no produto através de qualidade e credibilidade. “Estamos permanentemente buscando o aprimoramento. Cadernos que eram mensais se tornaram quinzenais. Investimos em coberturas especiais, além da qualidade do serviço de entrega e atenção nos horários”, conta Ricardo Vezo, diretor de negócios da unidade O Globo.
Ameaça também vem "de baixo"
Além dos meios digitais, os jornais impressos sofrem cada vez mais com a chegada dos tablóides populares e esta é uma característica que vem se firmando no mercado nacional. “No Brasil há um fenômeno novo, que está na contramão do mundo: os jornais populares. Nos três últimos anos houve um crescimento considerável na circulação total destes jornais assim como dos populares compactos (tablóides), principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul”, aponta Bruno Thys, diretor de unidade de jornais populares da Infoglobo, em entrevista ao site.
O valor do papel hoje para o leitor que possui acesso a qualquer conteúdo na internet está baseado na edição e na variedade temática, segundo Thys. “Nos jornais impressos, o leitor recebe o conteúdo selecionado e editado, o que o difere da oferta de material jornalístico presente nos meios digitais”, afirma. Atualmente sob o conceito “Nós e você já são dois gritando”, o jornal O Globo pretende alçar o crescimento do jornal impresso através de novos canais de venda, ofertas e promoções com preços adequados para cada perfil de leitor. “Umas das saídas é a assinatura digital que foi criada para atingir públicos geograficamente inalcançáveis”, diz o diretor de negócios da unidade O Globo.
Assim como no O Globo, o Estado de São Paulo já integra as mídias digitais e impressos. As redações estão unidas apesar de terem lideranças específicas e a tendência é de que se tornem cada vez mais integradas, diferente dos departamentos comerciais, que ainda seguem separados. “Será cada vez mais comum que estas empresas criem projetos voltados para outras mídias”, ressalta o CEO do Grupo Estado.
Perfil e relacionamento
O perfil do assinante de O Globo mostra um consumidor qualificado, de classe A e B. Mas este assinante deixa de ser um só quando em família e isto acarreta em um mix de leitores com acesso ao jornal impresso. “Já houve um tempo em que a internet era um inimigo. Hoje a postura mudou porque somos uma marca de jornalismo multiplataforma e a Internet só fez ampliar o canal para captação e retenção de clientes”, afirma Vezo.
O jornal impresso O Estado de São Paulo, assim como sua versão digital, possui características bem definidas para o leitor. Segundo Genesini, o impresso tem matérias com mais profundidade, trás os principais furos, e há uma determinação para que as principais notícias sejam veiculadas primeiro no impresso e só depois no digital. “Dependendo do tipo de notícia, lançamos no site primeiro. Mas somente no caso de uma notícia que possa ser veiculada por outro jornal e que seja relevante", explica.
Para o crescimento do jornal impresso, o Grupo Estado aposta na relação com assinantes para associar a marca ao leitor. Além disso, o Grupo realiza estratégias multimídias tanto para o impresso quanto para o digital. “Temos iniciativas nas mesmas direções para os dois modelos de jornal. Desde conteúdo como classificados, publicidade, guias, cobertura de economia e negócios, rádio, entre outras novidades que serão divulgadas nos próximos meses”, completa Silvio Genesini, CEO do Grupo Estado.
Fonte: Mundo do Marketing
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