O triângulo dourado da nova era

O painel de abertura do último dia do MediaOn, fórum de jornalismo online que acontece em São Paulo, contou com a presença de Pierre Haski, editor chefe do site Rue89.com e Fernando Madeira, CEO do Terra Latin America. Em debate, a experiência das empresas que já nasceram com vocação digital. A mediação foi de Cluadia Vassalo, diretora de redação do núcleo Exame do Grupo Abril.

Haski iniciou o debate falando sobre os maiores erros das empresas que desejam criar um portal de notícias. O francês colocou três fatores como primordiais: possuir apenas um investidor por trás, iniciar com um time muito extenso de jornalistas e ser 100% dependente de publicidade. O jornalista relembrou que possuir acesso livre é fundamental e que o faturamento deve provir metade de publicidade e metade de serviços.

A confiança no jornalismo também foi destaque na exposição de Haski. Ele fez referência à uma pesquisa francesa, de um mês atrás, em que 62% dos entrevistados não confiam em seus jornalistas em seu País. Ainda comentando as peculiaridades francesas, Haski comentou que 50% dos sites que recebem publicidade não são de notícias e reafirmou que "depender da publicidade é um erro mortal".

Aproveitando isso, ele mostrou duas das saídas utilizadas pelo Rue89.com: um "muro de anúncios", onde pessoas físicas também fazem microanúncios e sua loja, que vende, inclusive, vende peças de roupas. "A limitação não está em tecnologia. Está em nossas mentes", finalizou.

Já Madeira fez uma crítica direta aos que não pensam de forma digital. Mostrando frases de executivos renomados como os norte-americanos Rupert Murdoch e Arthur Sulzberger Jr., e, principalmente, citando Oliver Stone, o CEO do Terra Latin America dividiu os que estão na "stone age" e na "digital age".

Isto posto, o executivo apresentou dados referentes à transmissão do Terra TV durante as Olimpíadas/2008 e citou o "triângulo dourado" da nova era, formado por conteúdo/tempo real/mobilidade. "Quem não aprender isso, vai morrer", profetizou. Madeira ainda citou um número interessante: em apenas dois anos, o Terra recebeu 100 mil vídeos colaborativos de internautas.

Falando sobre os meios de comunicação, o executivo ainda afirmou que a internet é o mais democrático e que, no Brasil, perde apenas para a TV em penetração. "A soma da participação das classes C e D já é maior que a das classes A e B", afirmou.

O modelo de negócios também foi discutido: como convencer o anunciante que os sites são a melhor opção? "Todo mundo está com problemas", brincou Haski. "Nossa vantagem é que já construímos nossas empresas com base na internet", explicou o francês. Já o executivo brasileiro disse que a publicidade ainda é a alma do negócio. "50% do faturamento do Terra vem de publicidade", explicou, relembrando ainda que quem tem mais audiência tem mais chance de conseguir anunciantes.

Fonte: Meio e Mensagem

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