Setor de construção demonstra recuperação

Um dos setores que tem dado mais sinais de dinamismo nos últimos meses, a construção civil ainda experimenta queda acentuada no PIB. Os dados do terceiro trimestre divulgados nessa quinta-feira pelo IBGE indicaram uma redução de 8,4% no PIB do segmento na comparação com igual período do ano passado, a queda mais acentuada do setor industrial, desempenho ainda pior do que o da indústria de transformação, que recuou 7,9%.

No entanto, o índice da construção já revela a recuperação deste ano. "A queda já foi mais intensa", observa a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis. No primeiro e no segundo trimestres, as variações do segmento foram de -9,6% e -9,3%, respectivamente. No acumulado do ano, a construção civil ainda amarga um recuo de 9,1% no PIB.

O resultado está ligado ao bom desempenho do setor antes da crise e o forte recuo das construtoras logo a seguir, com a escassez de crédito. No terceiro trimestre de 2008, o PIB da construção civil havia crescido 10,3%. Juntamente com outros setores que compõem o investimento, como o de máquinas e equipamentos, a construção se destacava como um dos motores da economia na primeira metade de 2008.

Os números do IBGE indicam que os estímulos e programas habitacionais do governo ainda não foram suficientes para recompor a atividade do setor. "Foi um buraco muito grande", diz o economista Régis Bonelli, da Fundação Getúlio Vargas. "Realmente, o setor ainda está muito fraco, mais do que aparenta, mas a redução da queda indica que já caiu tudo o que tinha que cair."

Materiais. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) avaliou que a queda de 9,1% acumulada entre janeiro e setembro não reflete a recuperação das atividades das construtoras. Em nota, o presidente da entidade, Sergio Watanabe, ressaltou que o cálculo do IBGE retrata principalmente a queda da produção física dos materiais de construção, afetada pela redução dos gastos das famílias com obras e reformas.

Fonte: ADEMI-RJ e Jornal do Commercio

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