Sam Zell entra em crédito imobiliário com fatia na BFRE

A expectativa de forte crescimento do crédito imobiliário nos próximos anos e a possibilidade de obter sinergias no seu portfólio de investimentos no mercado brasileiro justificam o investimento anunciado ontem pela Equity International (EI) na Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), empresa que atua no ramo de hipotecas de residências, securitização de recebíveis imobiliários e estruturação de fundos imobiliários. Do lado da BFRE, será um selo de reconhecimento internacional para ajudar no financiamento da empresa no longo prazo.

Caso a opção de compra da Equity International seja realmente exercida, o que deve ocorrer até 15 de janeiro de 2010, a empresa ficará com 20,7% do capital da BFRE. A TPG-Axon terá 45,28% e a Ourinvest, 34,02%, incluindo o controle.

Com o investimento na BFRE, a EI complementa seu portfólio no segmento imobiliário brasileiro. A empresa já tem parte das ações de Gafisa, Tenda, BR Malls, Bracor e AGV Logística.

"Nós tratamos os investimentos de forma independente. Não forçamos as coisas. Mas nossa experiência mostra que haverá sinergias naturais que podem ser desenvolvidas com o tempo", afirma Garrabrant, que fundou a EI em 1999 junto com Sam Zell.

Para 2010, a EI promete colocar mais dinheiro no Brasil. E estuda tanto aumentar os aportes nas companhias onde já detém participação como procurar novas oportunidades. Em termos de segmentos complementares ao seu portfólio, Garrabrant cita as áreas de hotéis, de prédios comerciais e também de asilos para idosos, setor que ainda não é consolidado. Ele menciona ainda que os investimentos da companhia ocorrem sempre por meio de empresas que atuam na área, e não diretamente nos ativos.

Do lado da BFRE, a associação com a Equity International é vista como um acordo estratégico e não como uma nova rodada típica de investimento de private equity, como ocorreu em 2007 com a TPG-Axon. "A entrada deles (EI) agrega um componente estratégico internacional e representa a validação de um modelo desenvolvido no Brasil", afirma Fabio Nogueira, vice-presidente da Brazilian Finance.

Assim como havia dito no fim de novembro, quando a companhia suspendeu o processo de IPO pela segunda vez, o vice-presidente da BFRE reiterou que os negócios de crédito imobiliário estão muito aquecidos neste fim de ano. "A partir da divulgação dos resultados de dezembro vamos ter muito mais conforto, porque os números estarão mais próximos da realidade do que vai ocorrer daqui para frente."

Como exemplo dessa melhora, Nogueira disse que a unidade BM Sua Casa, que possui uma rede de 32 lojas pelo país, gerou R$ 15 milhões de crédito imobiliário em novembro, contra uma média de apenas R$ 3 milhões por mês no início do ano.

Segundo Nogueira, parte da melhora se explica pela demanda reprimida por conta da crise no fim do ano passado. Mas ele segue otimista para o futuro. "Não é um boom só momentâneo. Historicamente anos eleitorais são anos de expansão e nossa expectativa é que 2010 seja forte", afirma o executivo

Fonte: Valor Econômico e ADEMI-RJ

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