Escassez de mão de obra deve ser o maior problema das construtoras em 2010

A falta de mão de obra na construção civil, em todos os níveis de escolaridade, já é apontada por construtoras e incorporadoras como o principal gargalo a ser enfrentado pelo setor em 2010. A expectativa do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) é de que o PIB (Produto Interno Bruto) da construção civil registre um crescimento de 8,8% no próximo ano, número muito superior ao 1% de aumento previsto para 2009.

"O mais preocupante é que o Brasil inteiro está aquecido, diferentemente de 2006 a 2008, período em que as construções aconteceram em sua maioria no Sul e Sudeste do País", afirma Paulo Sanchez, diretor de engenharia da Sinco Engenharia. "Agora, estão lançando (empreendimentos) no Norte, Centro-Oeste e Nordeste e vamos precisar de muita mão de obra", completa.

Para o presidente da Even Construtora e Incorporadora, Carlos Terepins, a escassez de profissionais já é enfrentada pelas empresas. "Hoje a Even está com 55 canteiros de obras em todo o Brasil e existe notoriamente falta de engenheiros, carpinteiros, eletricistas, gesseiros etc. Em 2010, isso deve piorar muito", acredita Terepin.

Obras em expansão
Construtoras e incorporadoras de vários segmentos já anunciaram um grande volume de construção e expansão para o próximo ano, um prenúncio das dificuldades que o setor deve enfrentar. A Rossi Residencial, por exemplo, pretende chegar a 40 novas cidades em 2010. A PDG Realty planeja lançar novos projetos em regiões como o Nordeste e Centro-Oeste, que ainda pouca atua. Já a Matec Engenharia possui 350 mil m² de empreendimentos industriais contratados para construir em 2010.

A Tecnisa, por sua vez, pretende aumentar, junto com seus parceiros, o número de funcionários dos atuais 2.500 para 6 mil para conseguir construir tudo o que vai lançar em 2010. "O aumento de mão de obra fez com que a empresa até aprovasse a contratação de um engenheiro de treinamento. Esse profissional será o responsável por coordenar as novas equipes de trabalhadores e de mostrar como os sistemas são executados na empresa", contou Fabio Villas Boas, diretor de engenharia da construtora.

Além de cursos de treinamento, muitas empresas planejam adotar cada vez mais sistemas industrializados, que demandam menos mão de obra, para minimizar as implicações da falta de profissionais. "Em minha opinião, o uso de tecnologias diferentes, que dependam menos de mão de obra, como paredes de concreto, fôrmas de concreto e pré-moldados é uma boa solução. Esses sistemas demandam equipamentos especiais, como as gruas, mas em caso de falta, até podemos trazer de outros países, o que não é possível com a mão de obra", acredita Sanchez.

Fonte: PINIWeb

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