Anunciantes boicotam programas políticos nos EUA

Recentemente, o apresentador da Fox News Gleen Beck chamou o presidente Barack Obama de "racista"; logo depois, diversos anunciantes deixaram de anunciar em seu programa, em processo que se repete em outras atrações
O apresentador da Fox News Gleen Beck chamou recentemente o presidente Barack Obama de "racista que nutre um ódio profundo por pessoas brancas".
Após a controvérsia, muitos anunciantes decidiram retirar publicidade dos programas de notícias voltados para política, mesmo que eles tenham ajudado emissoras como Fox News Channel e MSNBC a subir na audiência.
Walmart Stores, Geico and Men's Wearhouse já anunciaram que irão cortar seus anúncios do programa de Glenn Beck. A Procter & Gamble disse que um comercial foi ao ar por acidente, e que ela nunca pensou em anunciar no programa. E agora a Clorox diz que está cortando investimento nos programas de política.
"A Clorox acredita em seus padrões de publicidade e na herança do país de livre expressão de opinião política. Entretanto, não queremos ficar associados a discursos inflamados em talk-shows de liberais ou conservadores", disse a empresa em comunicado.
Um porta-voz da Fox News disse que os anunciantes "retiraram os comerciais do programa de Beck e levaram para outros na mesma rede, por isso não houve perda de receita".
Na MSNBC disseram que Clorox não retirou os comerciais de programas políticos e nem demonstrou intenção de fazê-lo. Na CNN também ninguém tomou essa decisão.Quando anunciantes dizem que não querem aparecer durante programas populares como o de Beck, ou de Rachel Maddow, Sean Hannity e Bill O´REilly, a relação deles com a mídia se torna mais complexa. Eles formam o horário nobre da MSNBC e da Fox News.
O fim do apoio pode condenar as marcas a aparecerem em horários com menor audiência. Claro que alguns podem sugerir que nestes horários eles poderão atrair outros grupos, que não os interessados em programas de política.E há um precedente disso.
Em 2007, anunciantes como General Motors, American Express e Staples decidiram barrar comerciais no MSNBC, no programa de Dom Imus. Na ocasião, Procter&Gamble e GlaxoSmithKline retiraram publicidade porque a rede fez comentários racistas sobre o time de basquete feminino da Rutgers University.
Para o vice-presidente de mídia televisiva da Mullen Steve Kalb, a decisão de retirar o comercial é geralmente tomada para proteger os anunciantes no curto prazo. As redes precisarão se mexer, segundo ele, seja reconfigurando a programação ou tornando os programas mais mensuráveis.
Fonte: Advertising Age e Meio e Mensagem

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