Construtoras investem em empreendimentos que preservem as características da rua
A arquitetura revela a alma da cidade. Nas fachadas, portas e janelas são guardadas histórias do cotidiano das ruas. As antigas construções do Rio de Janeiro contam parte de sua memória urbana enquanto convivem com prédios modernosos. Pena que sejam poucos os bens tombados. Por este motivo, hoje em dia, quando é prevista a construção de uma nova edificação, num recinto histórico da cidade, é comum o temor de testemunhar a perda de uma atmosfera que não poderá mais ser reproduzida. No entanto, há novos empreendimentos que, inseridos num contexto histórico, procuram integrar o projeto à preservação do patrimônio tombado. Exemplo disso são lançamentos da Calçada e da Concal.

No Renaissance, condomínio lançado recentemente na Tijuca, na vizinhança do colégio Batista Shepard e a Igreja Batista, a Calçada procurou desenvolver um projeto de arquitetura que tivesse a mesma linguagem destas construções tombadas. O edifício, destinado à classe A, terá um total de 56 apartamentos, com três ou quatro quartos. Segundo Danielle Riley, arquiteta responsável pelo projeto, a construtora optou por um projeto que se integrasse harmoniosamente à arquitetura da rua.
“Tivemos a preocupação de fazer um empreendimento moderno com o máximo de sete pavimentos, compatível com o gabarito desta área nobre do bairro. Adotamos um partido arquitetônico que procura se adequar e preservar a arquitetura já existente. Neste sentido, a fachada foi concebida com detalhes que remetem a uma linguagem neoclássica, com frontão, janelas e balcões com alguma coisa de romântico da época”, explica Danielle Riley.
Com o bosque privativo, o condomínio traz um jardim tropical com plantas nativas da Mata Atlântica e espaços de lazer. Já em São Cristóvão, bairro que não recebia lançamento há 30 anos, a construtora Concal em parceria com a RJZ/Cyrela entregou o Paço Real, prédio com arquitetura que procura preservar e valorizar a atmosfera especial do lugar.
“O Paço Real é o primeiro edifício pronto de frente para a Quinta da Boa Vista. Normalmente, a empresa desenvolve prédios contemporâneos, com muito vidro e varandas balanceadas. Para serem inseridos nesta área histórica, optou-se por edifícios com fachadas neoclássicas. Para obter uma maior integração à paisagem local, reproduzimos, no alinhamento do terreno, o gradil da Quinta”, diz o diretor de Planejamento da Concal Sergio Conde Caldas.
Os demais lotes remanescentes nos fundos da Quinta da Boa Vista, antes ocupados por construções industriais fechadas, compondo uma atmosfera insegura, escura e murada, darão lugar aos novos edifícios da Quinta do Conde que vão trazer luz e mais vida à região. O empreendimento é da Concal com a MDL Realty.


“O projeto procurou valorizar a paisagem histórica e ambiental. Os lotes, nos fundos da Quinta, que tinham acesso somente por outras ruas, terão a entrada principal de pedestres pela Quinta da Boa Vista. O que era fundo virou frente. Os novos prédios têm 11 pavimentos com apartamentos de dois ou três quartos e banheiros com ventilação natural. Alguns imóveis têm closet. São voltados à classe média, famílias com filhos pequenos. Grande parte dos compradores é morador do próprio bairro”, finaliza Sergio Conde Caldas.
Fonte: Zap Imóveis e O Globo

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